terça-feira, 17 de junho de 2008

Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca

Hoje, 17 de Junho, é o Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca. Esta data celebrativa foi proclamada pela Assembléia Geral da ONU em 1994 e neste mesmo dia e ano foi aprovada a Convenção sobre a Luta contra a Desertificação. O dia 17 de junho é um momento oportuno para a sensibilização da opinião pública sobre a necessidade de promover a cooperação internacional no combate à desertificação e aos efeitos da seca. A discussão sobre o conceito de desertificação se desenvolveu mais acentuadamente ao longo dos anos 80 e se consolidou no documento “Agenda 21”, discutido e aprovado durante a Conferência do Rio em 1992. No capítulo 12 da Agenda 21, onde trata sobre a luta contra a desertificação e a seca, está definido desertificação como sendo “a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”, sendo que, por “degradação da terra” se entende a degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a redução da qualidade de vida das populações afetadas.

As principais causas da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água, especialmente em atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento indiscriminado. Quando se fala em deserto, logo se pensa no vazio de vegetação e na ausência do verde. Mas as monoculturas (verdes), sem dúvida, são as principais causadoras de desertificação. Não é por acaso que surgiu a expressão “desertos verdes”, que se refere à silvicultura, o monocultivo de plantas exóticas, isto é, árvores não nativas, como eucalipto, pinus, acácia e outros. É importante ter claro que silvicultura não é reflorestamento. Entende-se que reflorestamento é repor a floresta em espécies nativas. Enquanto que silvicultura são as atividades de povoamentos florestais para satisfazer as necessidades de mercado, e geralmente com árvores exóticas. E o desenvolvimento da silvicultura em grande escala provoca a desertificação, seguida, é claro, de uma série de desequilíbrios socioambientais.

Como conseqüências da desertificação ocorrem o abandono das terras por parte das populações mais pobres, surgindo migrações forçadas, causando o aumento da população das grandes cidades, o que também provoca mais desemprego, pobreza, exclusão, marginalidade, poluição e outros problemas socioambientais urbanos. E as famílias que, mesmo com a desertificação, permanecem nos seus locais de origem, sofrem diminuição na qualidade e na expectativa de vida e o aumento da mortalidade infantil. A desertificação também causa a desestruturação das famílias, pois a queda na produção agrícola provoca a diminuição da renda e do consumo das populações locais. Também ocorre a desorganização dos mercados regionais e nacionais, o enfraquecimento do Estado e a instabilidade política. Nos dias de hoje quase um milhão e meio de pessoas no mundo sofrem diretamente com a desertificação, sendo colocadas em situação de risco.

Neste Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca, precisamos renovar nosso compromisso de lutar coletivamente contra os fatores da desertificação, cientes de que esta luta também resulta na prevenção de muitos outros problemas. Como a própria natureza nos ensina, é preciso cortar a raiz da desertificação, para não ter que engolir seus frutos amargos. E para isto é preciso repensar as atividades humanas e agir para que estas ocorram em sintonia com a natureza e sejam desenvolvidas com sustentabilidade. O que não significa frear a produção de alimentos, pois, sabemos que a agricultura familiar e camponesa produz muito mais sem degradar o meio ambiente.

A desertificação e todo o tipo de degradação da vida provocada pela ação do ser humano, podem ser verdadeiramente revertidos a partir de uma conversão ecológica. Como afirmou Bento XVI, ainda em 2005, no início de seu Pontificado, que “os desertos exteriores se multiplicam no mundo porque os desertos interiores são bastante amplos no ser humano”. E porque as riquezas da Terra não estão a serviço da edificação de um mundo no qual todos possam viver, mas estão colocadas a serviço das potências da exploração e da destruição. Precisamos, portanto, mudar nossa maneira de interagir com a natureza e mudar o modelo de socialização dos recursos naturais, preservando a integridade da natureza e a dignidade humana.

Um comentário:

Anônimo disse...

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Rivaldo R.Ribeiro.

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